Revisão de Contratos Bancários - Blog Machado Schütz

Revisão de contratos bancários: como melhorar a saúde financeira das empresas

A revisão periódica dos contratos bancários firmados pela empresa pode ser uma estratégia vital para otimizar a saúde financeira das operações.

Muitos empresários assumem empréstimos, financiamentos e outras operações de crédito sem reavaliar, ao longo do tempo, se as condições contratadas continuam favoráveis.

Taxas de juros, prazos e cláusulas inicialmente aceitas podem se tornar onerosas ou defasadas diante das mudanças de mercado.

Nesse contexto, a revisão de contratos bancários surge como ferramenta para identificar oportunidades de redução de custos empresariais, otimizar o fluxo de caixa e reforçar a sustentabilidade do negócio a longo prazo.

Por que revisar contratos bancários?

Contratos bancários mal estruturados – com juros elevados ou condições rígidas – podem criar uma “bola de neve” de dívidas que compromete seriamente o negócio.

Há casos de empresas que, após contraírem crédito, vêm pagando montantes muito superiores ao valor originalmente emprestado, colocando em risco sua operação.

De fato, muitos empresários não sabem que diversos contratos bancários comuns contêm cláusulas que violam normas financeiras ou de consumo — como juros abusivos, venda casada de seguros ou cobranças indevidas de tarifas​.

Sem uma revisão cuidadosa, a empresa pode continuar pagando custos excessivos sem necessidade, prejudicando sua competitividade e estabilidade financeira.

Por outro lado, ao revisar e renegociar esses contratos, a empresa pode reestruturar suas obrigações financeiras de acordo com sua realidade atual.

Em um cenário econômico de constantes aumentos na taxa de juros e intensa concorrência, revisar contratos permite adequar pagamentos ao fluxo de caixa disponível e aproveitar condições de mercado mais vantajosas.

Manter dívidas em aberto sem renegociação pode trazer diversas consequências negativas, como dificuldade em obter novos créditos, desgaste na relação com instituições financeiras e até restrições de crédito no CNPJ da empresa.

Portanto, a revisão contratual não é apenas uma medida corretiva, mas também uma ação preventiva para assegurar que o endividamento permaneça sob controle e alinhado à capacidade de pagamento do negócio.

Principais pontos de uma revisão de contratos bancários

Ao realizar uma reestruturação financeira, é importante saber quais elementos de um contrato bancário podem – e devem – ser renegociados.

Entre os principais pontos que merecem atenção estão:

Taxas de juros

Verifique se os juros pactuados estão compatíveis com as taxas de mercado vigentes. Juros muito acima da média podem ser considerados abusivos e passíveis de contestação. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende, por exemplo, que se a taxa de um contrato excede significativamente a média do Banco Central (aproximadamente 1,5 vez essa média), trata-se de cobrança abusiva sujeita à revisão judicial​. Renegociar para reduzir a taxa de juros do financiamento pode gerar economia substancial e aliviar o custo da dívida no longo prazo.

Prazos e parcelas

Avalie se o prazo de pagamento e o valor das parcelas estão adequados à capacidade atual da empresa. Durante a negociação, é possível buscar prazos mais longos ou carência estendida, de modo a reduzir o valor das prestações mensais e dar fôlego ao fluxo de caixa. Alternativamente, caso a situação permita, antecipar pagamentos ou encurtar prazos pode diminuir o total de juros pago. O importante é alinhar o cronograma de pagamento com a realidade financeira do negócio.

Garantias e covenants

É possível rever garantias excessivamente onerosas como imóveis de alto valor ou fiança pessoal dos sócios. Se a empresa já amortizou parte da dívida ou melhorou seus indicadores financeiros, pode negociar a liberação de alguma garantia ou substituição por outra de menor impacto. Da mesma forma, cláusulas de desempenho financeiro (covenants) muito restritivas podem ser flexibilizadas para evitar penalizações desnecessárias ao menor sinal de oscilação nos resultados da empresa.

Tarifas e encargos contratuais

Analise o contrato em busca de cobranças acessórias que elevem o custo efetivo total. Muitas vezes, contratos incluem tarifas bancárias, taxas de serviços ou seguros embutidos que não foram claramente percebidos no momento da contratação. A venda casada de seguros ou serviços não solicitados, por exemplo, é considerada prática abusiva e pode ser questionada e removida​. Eliminar ou reduzir essas cobranças indevidas contribui diretamente para a redução do saldo devedor e das despesas mensais.

Cláusulas abusivas ou ilegais

Identifique disposições contratuais que coloquem a empresa em desvantagem excessiva frente ao banco. Além de juros acima do razoável, podem existir cláusulas de multa desproporcionais, índices de reajuste obscuros ou impedimentos à portabilidade da dívida. Tais cláusulas podem ser renegociadas amigavelmente ou até mesmo declaradas nulas em uma eventual ação judicial, se ficarem caracterizadas como abusivas.

Juros abusivos, por exemplo, podem ser limitados à taxa média de mercado em uma repactuação ou readequação contratual, e demais cláusulas ilegais podem ser invalidadas, com restituição de valores pagos em excesso​. Conhecer esses direitos dá à empresa uma posição vantajosa na mesa de negociação.

Benefícios financeiros da revisão e renegociação

Realizar a revisão de contratos bancários com foco em renegociação de empréstimos traz diversos benefícios práticos para a empresa:

Redução de custos e alívio no caixa

O ganho mais imediato é a diminuição das despesas financeiras. Ao obter juros menores ou eliminar cobranças indevidas, a empresa reduz o valor de suas prestações ou o montante total a pagar. Renegociar pode significar pagar menos juros, o que ajuda a aliviar a pressão financeira, promovendo uma organização mais eficiente dos custos​. Esse alívio no caixa permite que recursos antes destinados a juros sejam realocados para investimentos no próprio negócio ou reserva de emergência.

Melhora do fluxo de caixa

Com parcelas menores ou prazo alongado, as saídas de dinheiro mensal se ajustam melhor às entradas, equilibrando o fluxo de caixa. Isso dá previsibilidade financeira, evitando sufocos em meses de baixa receita. A renegociação interrompe o efeito “bola de neve” do endividamento descontrolado, pois adequa o pagamento da dívida à realidade da empresa e previne a criação de novos problemas financeiros​. Um fluxo de caixa saneado garante que a empresa possa honrar seus compromissos operacionais e aproveitar oportunidades de crescimento.

Sustentabilidade e crescimento do negócio

A diminuição do peso das dívidas torna a empresa mais sustentável financeiramente no longo prazo. Com obrigações bancárias sob controle, melhora-se a credibilidade da empresa perante bancos, fornecedores e investidores. Renegociar dívidas reforça a imagem de gestão responsável, o que pode facilitar acesso a crédito no futuro em condições melhores. Além disso, a folga no orçamento possibilita investir em áreas estratégicas, impulsionando o crescimento. Em muitos casos, inclusive, a consolidação de débitos em um único contrato renegociado facilita a gestão e permite alocar recursos de forma mais estratégica no negócio​. A revisão de contratos bancários contribui, portanto, para uma estrutura financeira mais equilibrada e preparada para sustentar os objetivos da empresa.

Importante notar que, em certos cenários, a revisão contratual pode levar ao refinanciamento da dívida. 

Em vez de apenas renegociar o contrato atual, avalia-se substituir o empréstimo anterior por outro novo, com condições mais vantajosas. Muitas vezes, essa troca por um financiamento de juros menores, prazo adequado e valor recalibrado é a solução de que a empresa precisa para retomar o equilíbrio financeiro​.

Seja por meio de refinanciamento ou revisão das condições originais, o resultado esperado é um corte significativo nos custos financeiros e a liberação de fôlego para a empresa prosperar.

Consultoria jurídica especializada: um apoio indispensável

Contar com uma consultoria jurídica especializada em direito bancário durante a revisão de contratos faz toda a diferença no resultado da negociação.

Profissionais qualificados têm expertise para identificar cláusulas prejudiciais que muitas vezes passam despercebidas e para utilizar os argumentos técnicos apropriados frente às instituições financeiras. Um advogado especializado pode, por exemplo, calcular se os juros cobrados estão dentro dos limites razoáveis, apontar abusividades conforme as normas do Banco Central e jurisprudência (como as decisões do STJ), além de verificar se todos os encargos foram informados de forma transparente.

A presença de consultoria jurídica também transmite seriedade na negociação com o banco. Com assessoria profissional, a empresa demonstra que está embasada em seus pedidos de revisão, aumentando as chances de sucesso na renegociação de empréstimos e demais contratos. Esse suporte é crucial na hora de redigir aditivos ou novos contratos, garantindo que os termos negociados sejam formalizados corretamente e resguardando os interesses do cliente.

Dessa forma, a consultoria jurídica qualificada age como parceira do empresário, prevenindo riscos legais e assegurando que a reestruturação financeira obtida seja sólida e efetiva.

Conte conosco

A Machado Schütz Advogados está pronta para apoiar empresas na reestruturação de seus contratos bancários, oferecendo uma consultoria jurídica especializada que auxilia desde a análise minuciosa dos contratos atuais até a negociação de novas condições junto às instituições financeiras.

Conte conosco para transformar contratos bancários em oportunidades de redução de custos e sustentabilidade para a sua empresa.

Basta preencher o formulário abaixo para entrar em contato com a nossa equipe e descobrir como podemos ajudar a melhorar a saúde financeira do seu negócio por meio de uma revisão contratual estratégica e bem-sucedida.

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Alexandre Bertolazi

Jornalista e editor especializado em SEO, SEM e geração de leads através de Marketing de Conteúdo.
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